Márcia Tolotti

CONSULTORIA EM EDUCAÇÃO FINANCEIRA

O Protagonismo das Mulheres na Liderança: Histórias de Superação, Desafios e Conquistas 1 Jul 2025, 9:39 am

Por Marcia Tolotti | Prefácio de Rachel Maia

A liderança feminina tem se consolidado como um dos pilares fundamentais da transformação empresarial e social. No livro O Protagonismo das Mulheres na Liderança, a autora Marcia Tolotti mergulha em histórias inspiradoras de mulheres que desafiaram barreiras, superaram desafios e conquistaram espaços antes inimagináveis.

Por meio de narrativas envolventes, o livro apresenta trajetórias reais de mulheres que, com resiliência e visão estratégica, redefiniram padrões e abriram novos caminhos. Cada capítulo revela aprendizados valiosos, ilustrando que a jornada da liderança feminina é feita de coragem, inovação e muita determinação.

Com prefácio de Rachel Maia, uma das grandes referências em liderança no Brasil, esta obra é um convite à reflexão e um chamado à ação. Se você busca inspiração para fortalecer sua própria jornada ou compreender melhor o impacto da diversidade na liderança, este livro é leitura essencial.

Descubra o protagonismo feminino e faça parte dessa transformação.

Vendas: O Protagonismo das Mulheres na Liderança

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Recordar o Natal 11 Dec 2024, 7:28 am

Muito embora o processo de recordar assuma uma forma simples e aparentemente sem maiores consequências, encerra em si a possibilidade de acesso ao inconsciente, uma vez que, o esquecimento está, quase sempre a serviço da interceptação, ou seja, do tirar de cena determinada situação e segundo Freud: “quando o paciente fala sobre estas coisas ‘esquecidas’, raramente deixa de acrescentar: ”Em verdade, sempre o soube; apenas nunca pensei nisso”, estando o sujeito em análise ou não, o processo é o mesmo.

Por outro lado, a repetição, distintamente do recordar puramente, se instala através do agir, levando o sujeito a reprodução de situações anteriormente vividas. Isso é engendrado pela compulsão, compulsão à repetição, uma vez, que a repetição é uma transferência do passado esquecido para a atualidade. 

Recordar o Natal

Seja pela repetição, seja pela recordação, ao evocar um fragmento do passado, não se instala um processo inofensivo, pois qualquer lembrança guarda consigo uma gama de significados, de sentimentos, de ressentimentos, culpabilizações, enfim, comporta afetos entrelaçados, que formam a cadeia significante.

Portanto, recordar nunca é, unicamente, um exercício exclusivamente mental no sentido de conter somente elementos intelectuais. 

Sendo assim, recordar o Natal não pode ser um simples exercício de memória ou de compra, mas uma busca pelo significado, pelo que representa, efetivamente, o Natal e que certamente não é o consumo, ou é?

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Natal não é só em dezembro! 5 Dec 2024, 8:13 am

         O natal é com certeza a ocasião em que, coletivamente, os sentimentos ficam mais aflorados. É uma época em que os preparativos, a expectativa e uma espécie de renovação contaminam a maioria das pessoas. Não é possível fugir do natal, mesmo àqueles que não comemoram, seja por escolha, seja por impossibilidade, vivenciam esse momento.

         O Natal, não é tão poderoso por acaso, sua força advém de duas divindades: o menino Jesus e o Papai Noel. Mas, por que uma comemoração sagrada acabou sendo associada a uma figura mítica? O Papai Noel sempre foi um presenteador. Porém, ele nasceu como uma figura caridosa e somente recentemente, ele passou a ser um garoto propaganda, transformando-se em uma peça fundamental da economia industrializada.

         Se por um lado a industrialização do Natal é recente, por outro, o impulso para gastar é bastante antigo. A comemoração natalina com o aspecto que conhecemos hoje remonta a muitos séculos atrás, onde a generosidade consigo próprio e com os outros já marcava as festividades. A comemoração cristã do nascimento de Jesus e a tradição romana de festejar a Saturnália, foram marcando dezembro, como a época mais importante do ano.

Natal não é só em dezembro!

Mesmo assim, um personagem caridoso e presenteador surgiu apenas por volta do século XII, com São Nicolau, que alguns historiadores consideram uma lenda. Existem duas hipóteses principais: a primeira é de que o jovem Nicolau salva algumas donzelas da escravidão e da prostituição, distribuindo ouro ao pai delas, que agradecido espalha a notícia. A segunda hipótese é a de que São Nicolau é um bispo idoso que descobre corpos esquartejados de estudantes e devolve a vida a eles. Assim, são Nicolau foi ganhando fama de protetor dos estudantes, das crianças e das donzelas.

         Por discussões religiosas, aos poucos, são Nicolau foi sendo substituído pelo Menino Jesus. Mesmo assim, essa mudança não ocorreu de forma homogênea por todo o mundo e por volta de 1800 são Nicolau ainda era reconhecido como um presenteador. Mas, uma importante mudança ocorreu, nessa época a nacionalidade de são Nicolau foi americanizada. Em 1810, nos Estados Unidos, circulou um poema “batizando” o presenteador como Papai Noel e a partir de então, sofreu uma série de alterações em sua imagem, mas que nunca mais abandonaria o cenário mundial.

Convém observar que Natal muda significativamente quando deixa de ser uma manifestação popular – era uma espécie de carnaval – e se transforma em uma festa domesticada. É possível pensar que aquilo que era extravasado no ritual da festa passa a ser contido a tal ponto, que hoje em dia a catarse só pode ser manifestada através da orgia alimentar e comercial. O consumo por artigos concretos – tênis, sapatos, bolsas, carros, aparelhos eletrônicos, etc. – é a expressão de algo ancestral: a renovação, a generosidade, a espiritualidade e a “marcação” da mudança.

         Assim, os aspectos genuínos e significativos da vida, foram substituídos por apelos ao consumo que desviam e abafam a essência do ser humano. Cabe refletir sobre o Natal não apenas em dezembro, quando o comércio seduz para que a generosidade e a renovação sejam adquiridas em alguma loja. Afinal, alguém pode comprar sentimentos?

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Ludopatia: vício em apostas 11 Oct 2024, 9:29 am

O que é um ludopata?

Uma pessoa que tem um distúrbio relacionado a jogo.

Como a psicanálise vê o vício?

Falar em vício é falar sobre uma repetição compulsiva nociva que pode se manifestar na fala, no comportamento, no pensamento ou nos sentimentos e na maior parte das vezes não percebemos, agimos no automático. Essa repetição compulsiva pode estar ligada ao fracasso e a culpa de vivências da infância, ou seja, está ligada a algum bloqueio ou trauma. É da natureza do trauma e do bloqueio “ficar, supostamente, esquecido no inconsciente”. Mas não esquecemos e muito menos curamos nossas dores da infância, elas se repetem nos nossos relacionamentos e nas nossas ações. Veja bem, aquilo que não lembramos retorna de outra forma, retorna através dos atos repetitivos, nocivos, destrutivos e sequer percebemos, apesar de todas as evidências. Qualquer vício está vinculado a um passado doloroso, escondido e que se repete incessantemente.

Comprar demais, comer demais, brigar demais, estar nas redes sociais demais e jogar demais são repetições compulsivas nocivas. Mas como explicar o fenômeno dos BETS? Por que milhares de pessoas estão se endividando profundamente? Qual é o elemento sedutor dos bets? Além de “prometer” preencher um vazio existencial, aquele “buraco na alma” que não queremos enxergar, além disso o “Tigrinho e todos os seus amiguinhos” prometem COMPETIÇÃO, INTELIGÊNCIA, POSSIBILIDADE DE GANHO FINANCEIRO, ESPERTEZA e DISTRAÇÃO, distração da vida sofrida da quase totalidade dos apostadores.

Como não se deixar seduzir pela fantasia de enriquecer e ficar preso a pobreza da vida real? Queremos ser iludidos, queremos que nossos sonhos virem realidade e os BETS nos prometem “tudo de bom”, “só que não”, não é verdade e a realidade são os bilhões perdidos pelos brasileiros nos jogos de apostas.

Não estou julgando ninguém, porque o Brasil não é um país amigável para enfrentarmos a realidade e com pouquíssimas exceções,  apenas os perversos não querem mudar ou fugir, porque eles sim, estão enchendo os bolsos com o dinheiro de milhares de pessoas iludidas, agindo no automático, repetindo uma autossabotagem incessantemente.

Ao mesmo tempo, apesar de toda repetição daquele comportamento que aparentemente faz bem, por exemplo jogar, apesar de toda excitação, existe a sensação de frustração, de fracasso e para aplacar o fracasso, surge a sensação de estar devendo alguma coisa, algo para alguém, mas infelizmente é uma conta impagável e aí surge um ciclo vicioso: frustração, fracasso, culpa e repetição…e frustração, fracasso, culpa e repetição….e…

Quais são os sintomas da pessoa compulsiva?

O 1º sintoma que percebemos enquanto população é através dos números: cerca de 23 bilhões foram perdidos em apostas, durante 1 ano pelos brasileiros. Certamente, estamos diante de uma sociedade viciada.

Mas individualmente como cada um pode perceber que está indo para um caminho, de difícil volta? Alguns sintomas mais característicos são:

  1. Necessidade de jogar, deixando tarefas importantes de lado
  2. Aumento dos valores das apostas
  3. Não conseguir parar, mesmo quando prometer a si mesmo (ou aos outros) que vai parar
  4. Usar tempo e dinheiro nas apostas, deixando até compromissos financeiros de lado na ilusão de “recuperar” dinheiro
  5. Mentir sobre o jogo, esconder que está jogando
  6. Usar o jogo para fugir de problemas ou frustrações
  7. Ouvir de familiares e amigos próximos que está exagerando no tempo dedicado aos jogos
  8. Se isolar para jogar, se afastar da convivência com outras pessoas frequentemente

O mais importante é prestar atenção a negação, ou seja, a pessoa nega que está viciada apesar dos sintomas e quando alguém não assume que está em apuros, qual a chance de resolver o problema?

Como se livrar do vício?

Comprar demais, comer demais, brigar demais, estar nas redes sociais demais e jogar demais são repetições compulsivas nocivas. Mas como explicar o fenômeno dos BETS? Por que milhares de pessoas estão se endividando profundamente? Qual é o elemento sedutor dos bets? Além de “prometer” preencher um vazio existencial, aquele “buraco na alma” que não queremos enxergar, além disso o “Tigrinho e todos os seus amiguinhos” prometem COMPETIÇÃO, INTELIGÊNCIA, POSSIBILIDADE DE GANHO FINANCEIRO, ESPERTEZA e DISTRAÇÃO, distração da vida sofrida da quase totalidade dos apostadores.

Como não se deixar seduzir pela fantasia de enriquecer e ficar preso a pobreza da vida real? Queremos ser iludidos, queremos que nossos sonhos virem realidade e os BETS nos prometem “tudo de bom”, “só que não”, não é verdade e a realidade são os bilhões perdidos pelos brasileiros nos jogos de apostas.

Não estou julgando ninguém, porque o Brasil não é um país amigável para enfrentarmos a realidade e com pouquíssimas exceções,  apenas os perversos não querem mudar ou fugir, porque eles sim, estão enchendo os bolsos com o dinheiro de milhares de pessoas iludidas, agindo no automático, repetindo uma autossabotagem incessantemente.

Então, o 1º passo é mudar a mentalidade, é encarar o jogo como uma perda, sem isso ninguém vai deixar de jogar.

A educação financeira ajuda um  viciado em jogo?

Por si só a educação financeira não vai garantir um afastamento dos jogos, antes disso teríamos que investir na educação socioemocional e na saúde mental. Unindo educação financeira com educação emocional, aí sim teremos chances de criar uma mentalidade crítica ajudando as pessoas a não se sabotarem e torrarem suas economias com ilusões de ganho fácil.

Como se desenrolar das dívidas?

O primeiro passo é emocional, quer dizer, a pessoa precisa aumentar a alta autoestima, elevar o respeito próprio e decidir se proteger.

Todos os outros passos só irão funcionar se as emoções estiverem “saudáveis”, por que? Porque quem está perdendo e está sem controle emocional não assumindo seu problema, raramente vai seguir os outros passos, que são:

  1. Buscar análise, terapia e ajuda profissional. Para quem não tem dinheiro vale saber que existem atendimentos gratuitos junto a universidade ou aplicativos disponibilizando profissionais por valores simbólicos. Ninguém deixa de se tratar por falta de dinheiro, mas por falta de interesse.
  2. Buscar grupos de apoio (Jogadores anônimos)
  3. Buscar ajuda de consultor financeira para ajudar a reorganizar a vida financeira
  4. Criar um plano de pagamento das dívidas
  5. “abrir o jogo” com familiares buscando apoio
  6. Se necessário, buscar apoio psiquiátrico para tomar medicação
  7. Refletir diariamente sobre sua vida emocional, perceber quais são os gatilhos que levam ao jogo compulsivo e a cada manhã decidir ficar livre da autossabotagem

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O Mito do Natal 18 Dec 2023, 1:22 pm

Se por um lado, natal significa nascimento assim como vemos na raiz etimológica – latim nātālīcĭus – e nas religiões, por outro lado, há o mito moderno de que natal é, obrigatoriamente, presentear.

Ainda que não nos detivéssemos por um tempo demasiado sobre as motivações, sejam conscientes ou inconscientes, sobre os porquês damos presentes, não podemos deixar passar em branco o momento mais apelativo em relação aos mimos doados aos outros ou a nós mesmos.

Não há nenhum problema em associar o significado mais autêntico do natal – que é nascimento – com presentes. O problema é transformar o natal em apenas um grande, irrestrito e “selvagem” comércio! Todo exagero é maléfico, toda dose excessiva pode ser venenosa.

Nossa cultura elimina o significante da esperança no amor e na possibilidade do ser humano evitar o sofrimento próprio ou alheio, e, esquece que o presentear pode ser um momento simbólico. Um presente é uma forma simbólica de reconhecimento, agradecimento, carinho e afetuosidade. Jamais será um momento de endividamento. A menos, é claro, que a dívida já esteja no coração e na mente do comprador.

Como assim? Reflita um pouco. Se uma pessoa vai presentear outra, ou a si mesma, e se o presente é um símbolo, não haveria nenhum risco de alguém comprar algo além das suas posses. Ou ainda, não existiria nenhuma probabilidade de algo que deveria ser bom e carinhoso, como é um presente, se tornar um sofrimento por algum endividamento financeiro posterior.

Quando algo potencialmente salutar encontra o caminho tortuoso ou torturante, é sinal de que apenas a intenção consciente não é suficiente para chegar no caminho da “felicidade”. Por que digo isto tudo? Porque é fundamental refletir e fazer as contas antes de querer agradar alguém. Nos meses seguintes ao Natal, o índice de endividamento e inadimplência aumenta, vertiginosamente, no Brasil.

Milhares de pessoas sofrem pensando como irão sanar suas dívidas. Arrependimentos, culpas, angústias e ressentimentos são adquiridos junto com as compras mal planejadas, ou ainda, por reparações deslocadas. Desejo que você possa ter um Natal e um Ano Novo sem que os afetos se transformem em dívidas financeiras!

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Recordar o Natal 8 Dec 2023, 7:13 am

Muito embora o processo de recordar assuma uma forma simples e aparentemente sem maiores consequências, encerra em si a possibilidade de acesso ao inconsciente, uma vez que, o esquecimento está, quase sempre a serviço da interceptação, ou seja, do tirar de cena determinada situação e segundo Freud: “quando o paciente fala sobre estas coisas ‘esquecidas’, raramente deixa de acrescentar: ”Em verdade, sempre o soube; apenas nunca pensei nisso”, estando o sujeito em análise ou não, o processo é o mesmo.

Por outro lado, a repetição, distintamente do recordar puramente, se instala através do agir levando o sujeito a reprodução de situações anteriormente vividas, como o Natal neste exemplo. Isso é engendrado pela compulsão, compulsão à repetição, uma vez, que a repetição é uma transferência do passado esquecido para a atualidade.

Seja pela repetição, seja pela recordação, ao evocar um fragmento do passado, não se instala um processo inócuo, pois qualquer lembrança guarda consigo uma gama de significados, de sentimentos, de ressentimentos, culpabilizações, enfim, comporta afetos entrelaçados, que formam a cadeia significante.

Portanto, recordar nunca é, unicamente, um exercício exclusivamente mental no sentido de conter somente elementos intelectuais. 

Sendo assim, recordar o Natal não pode ser um simples exercício de memória ou de compra, mas uma busca pelo significado, pelo que representa, efetivamente, o natal e que certamente não é o consumo, ou é?

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Por dentro da cabeça 8 Mar 2023, 7:00 am

para longos e constantes voos da mulher empreendedora

Nós podemos ter ideias sensacionais, motivação e ações suficientes para tirar nossos projetos do papel. Mas garantir que os empreendimentos se mantenham em pleno voo depois de decolarem, nem sempre é tão fácil. Se mais de 50% das empresas de qualquer segmento e modalidade fecham as portas em até 5 anos, é porque ainda temos muito o que aprimorar.

Avaliar mercado, produto, estratégias e demais aspectos técnicos é fundamental, mas insuficiente. Precisamos olhar “por dentro da cabeça”, necessitamos compreender o funcionamento mental e as armadilhas que nosso inconsciente nos prega, que justamente por ser inconsciente, é “invisível”. Uma geração de empreendedoras que valoriza e conhece a “energia psíquica”, pode reconhecer os vieses e potencializar os acertos e canalizar angústia, incerteza, medo ou excesso de confiança para análise de escolhas sustentáveis.

Vieses são erros sistemáticos que se repetem de forma consideravelmente previsível, e mesmo assim, temos dificuldade de perceber, mas por que? Por que mesmo quando erradas estamos confiantes? Entender sobre julgamento e tomada de decisões parece ser uma importante chave. Daniel Kahneman e Max Bazerman nos ajudam a compreender o que nos afeta, colabora ou prejudica diante das nossas escolhas. Hoje, vamos pensar em 2 armadilhas na tomada de decisão:

  1. Buscar Confirmação: quando tomamos decisões buscamos a confirmação nos outros para justificar nossas escolhas. Como nos proteger disso? Estudos mostram que opiniões que contrariam nossas decisões são mais úteis do que aquelas que apenas as confirmam. Procure ouvir pessoas que tenham opiniões contrárias as suas, não para desistir, mas para ter mais elementos para decidir.
  2. Ancoragem e ajuste: pessoas “ajustam” nas suas mentes os possíveis resultados partindo de uma informação que serve de âncora. Por exemplo, consideramos R$ 30,00 por uma garrafa de água mineral, um preço abusivo porque o ponto de ancoragem é de aproximadamente R$ 3,00. Além disso, pesquisas mostram que mesmo quando a informação diminui sobre determinado assunto, a confiança segue aumentando. Isso pode gerar problemas enormes para empreendedoras, até porque isso é, na maior parte das vezes, inconsciente. Como nos proteger disso? Quanto mais importante a decisão, maior deve ser a avaliação dos “pressupostos” da decisão, quer dizer, do ponto de partida.

O empreendedorismo está na cabeça e “por dentro da cabeça”. E nesse universo muitas vezes inacessível, tem uma mulher com propósitos e sonhos. O autoconhecimento, a reflexão e a análise das escolhas fazem parte do “exercício” que fortalecerá o empreendedorismo, justamente, porque desejam gerar valor, mas de forma ética, sustentável e compartilhada.

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MAIS ESPAÇO OU MAIS ORGANIZAÇÃO? 2 Mar 2023, 3:30 am

A história de o dinheiro de Judite

As dificuldades financeiras podem ser combatidas com saídas estratégicas. Mas não é possível oferecer um manual porque apesar das semelhanças, é importante que cada um, de acordo com seu perfil possa criar, primeiro um método de controle e depois, manter o orçamento em dia.

Mas, é viável padronizar alguns aspectos do comportamento financeiro, por exemplo, mesmo que um trabalho exija o uso de uniforme, os acessórios, o cabelo solto ou preso, liso ou crespo, a maquiagem suave ou mais carregada, os sapatos de salto baixo ou alto, são exemplos da particularidade de cada um.

O mesmo ocorre no mundo financeiro, as dicas são equivalentes ao “uniforme”, mas a maneira encontrada para fazer uso dessas dicas dependerá da individualidade, quer dizer, da subjetividade de cada pessoa.

Vamos pensar em um exemplo:

Comprar ou não comprar?

História:

Judite mora no RS, tem 52 anos é divorciada e autônoma, tem um bom rendimento mensal, embora não saiba exatamente quanto recebe. Mesmo assim acredita que conseguirá trocar seu apartamento. Sua residência atual está quitada, mas Judite se incomoda com o pouco espaço, por duas razões em especial: primeiro porque não consegue acomodar mais suas roupas e sapatos.

Segundo, porque não tem lugar para pintar e fazer esculturas que é seu hobby. Além disso, ela fez as contas e a prestação cabe no orçamento. Ela dará seu apartamento atual como entrada e financiará o restante. Judite nos escreveu para saber qual é a melhor alternativa para ela. E você, o que faria no lugar dela?

Caminhos

Sugestões:

1°) Analisar o sonho: Analisar significa refletir profundamente (com ou sem ajuda profissional) sobre o significado da compra do apartamento. Num primeiro momento, trocar a residência representa liberdade (espaço para seu hobby) e uma comodidade maior (espaço para acomodar suas coisas). Então, vale refletir sobre liberdade e comodidade num aspecto mais geral da sua vida e não apenas em relação ao espaço físico, ou seja, estará ela sentindo-se aprisionada e desconfortável afetivamente?

2°) Avaliar a necessidade: Por que necessita de mais espaço para roupas e sapatos? Não estará comprando em excesso e acumulando apenas “passivos” [1] ao invés de aumentar os ativos financeiros?

3°) Ter clareza da real possibilidade: O fato de Judite não saber exatamente quanto ganha é possível ter certeza de que irá pagar suas dívidas? Ela não estaria lidando com a vida financeira como se fosse um “jogo de risco”?

4°) Pontos positivos e negativos: Pensar nas finanças com uma dose de metodologia é importante. Judite poderia dividir a vida financeira em pontos positivos e negativos.

Pontos positivosPontos negativos
Ganha bemNão tem domínio da vida financeira
Tem ambiçõesFaz cálculos apenas das prestações
Ainda não contraiu dívidas novasNão tem planejamento financeiro
Tem apartamento quitado 
Quer ter mais qualidade de vida 

5°) Caminhos estratégicos: Para que Judite possa conquistar seu sonho sem se tornar uma escrava do trabalho e uma refém do consumo desnecessário, seguem algumas dicas:

  • Fortaleça os pontos positivos:
    • Mantenha os sonhos e os rendimentos
    • Permaneça sem dívidas maiores
    • Valorize o tempo e a qualidade de vida
  • Neutralize ao máximo os pontos negativos:
    • Anote diariamente os gastos e os rendimentos (saiba exatamente quanto e aonde gasta seu dinheiro)
    • Habitue-se a calcular o valor total daquilo que quer adquirir e não apenas a prestação. Você não pode “pensar parceladamente”, é fundamental ter uma ampla visão dos gastos e rendimentos.
    • Compare o valor à vista e a prazo. A diferença entre um e outro são os juros (em geral, juros compostos) que estará pagando.
    • Troque a dívida pelo investimento. Ao invés de pagar o valor da prestação de algum financiamento faça, mensalmente, algum investimento financeiro. Se ela poderia pagar a prestação, poderá pagar o mesmo valor para “ela mesma”, formando assim uma poupança. Posteriormente, poderá aplicar de forma adequada o montante guardado e comprar aquilo que quiser.
  • Eduque-se financeiramente. Judite já investe (lembre do dinheiro parado no roupeiro), apenas não está investindo em algo que lhe traga retorno financeiro.
  • Analise a qualidade do retorno. As pessoas experimentam diversas sensações ao comprarem, mas é importante que possam refletir profundamente sobre a qualidade e a permanência das “boas sensações” que geralmente duram pouquíssimo tempo e em seguida surge culpa, arrependimento, e em muitos casos, endividamento.
  • Faça um planejamento financeiro. Ao saber quanto ganha e aonde gasta, terá os elementos necessários para identificar onde pode economizar e em quanto tempo poderá atingir os objetivos almejados.

Bons investimentos!

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A cultura do endividamento prejudica pessoas e empresas 1 Sep 2022, 8:02 am

           “Embora o endividamento seja considerado um fenômeno relativamente novo em nossa sociedade, o significativo aumento de pessoas endividadas propiciou o surgimento de alguns estudos sobre a cultura do endividamento. Dívidas fazem parte de um contexto econômico geral e dependem de diversas ações internacionais, nacionais, regionais e, inclusive, familiares. A complexidade do tema oferece diversas possibilidades de pesquisas e análises, mas chama-se atenção especialmente para o endividamento pessoal. Considerando que as escolhas financeiras não são regidas apenas pela racionalidade, o endividamento pessoal é visto tanto como efeito de uma gestão financeira equivocada, como resultado de motivações emocionais.

         Muitas decisões financeiras são tomadas por avaliações errôneas, por impulso, por compulsão e, principalmente, pelo significado que determinados produtos adquiridos têmpara cada um. Da compra de um sapato à aquisição de um iate, o status, o poder, a auto-estima e a imagem que se quer passar para os outros são alguns dos motivadores – conscientes e/ou inconscientes – que determinam as escolhas das pessoas no dia-a-dia. Somente a partir do cruzamento das bases teóricas da economia e das motivações psíquicas, torna-se possível analisar e responder, mais adequadamente, a algumas das inúmeras questões surgidas a partir do aparecimento da cultura do endividamento.

         Na contramão do endividamento, encontra-se o investimento. Investir não é exclusivamente empregar capital em um negócio, correspondendo, igualmente, a um deslocamento de sentimentos e energia. É desse modo que as pessoas constroem e regem as suas vidas, os seus portfólios financeiros e emocionais.  Influenciadas por expectativas, frustrações, sonhos, desejos e pelo que imaginam que os outros pensam a seu respeito, na maior parte do tempo não percebem as reais conseqüências dos seus atos.

         O endividamento financeiro, muitas vezes, é consequência do chamado endividamento emocional. Devedoras de uma imagem melhor, de um corpo perfeito, de uma inteligência maior ou de uma dedicação mais intensa aos filhos, as pessoas consomem produtos na tentativa de suprir uma falta. Falta esta que angustia, porque nunca é totalmente preenchida. Mas como lidar com isso numa sociedade que exige e promove um consumo tão acelerado e vigoroso? Receitas ou manuais não são muito eficientes nesses casos, mas educação e análise podem ser armas eficazes nessa batalha.

         Quanto maioresforem o conhecimento na área financeira, a capacidade de crítica frente ao consumo e a análise das emoções que interferem na tomada de decisões, mais aumentamas possibilidades de se romper com a cultura do endividamento e de se obterem investimentos saudáveis, tanto financeiros quanto emocionais”.

O texto acima foi escrito em 2008, qual foi minha triste constatação? Que os números só aumentaram e estamos diante do maior índice de endividamento e inadimplência dos brasileiros. Apesar dos esforços de centenas de profissionais combatendo decisões equivocadas e propagando a educação financeira, ainda temos muito “chão para percorrer”. Obviamente não excluo a recessão econômica mundial, pandemia, guerra e crise política, mas não podemos negligenciar que o consumismo é a causa de milhares de brasileiros com problemas de endividamento.

Moral da história: As empresas ainda são um forte canal para educar e ajudar as pessoas a romperem com a cultura do endividamento, isso representa não só cumprir um importante papel social, mas também evitar prejuízos. Afinal, cerca de 50% dos funcionários das empresas brasileiras estão em situação de endividamento e quem tem alta performance quando está enrolado em dívidas?

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Se você pode, você deve? 3 Aug 2022, 3:11 am

Vivemos uma era em que é difícil identificarmos o que realmente queremos e o que somos impelidos a fazer, embora tudo conspire para que tenhamos certeza de que “se podemos” algo, então “devemos” fazer. E para quem se pergunta, qual é o problema disso, vale pensar um pouco mais sobre o assunto.

          Diversos especialistas têm demonstrado que a sociedade vive um imperativo de “satisfação comprada”, quer dizer o mercado se propõe a nos oferecer felicidade, apaziguamento de angústia e garantia de sucesso bastando apenas que paguemos a fatura. Como não há nenhum limite nestas operações, deixamos de nos escandalizar com o excesso e quando isso acontece, passamos a acreditar que há uma espécie de permissão. Funciona mais ou menos assim, como a oferta incessante de objetos não nos escandaliza “achamos normal” e passamos a pensar que é natural comprarmos o tempo todo.

          Construímos como valor de verdade que o Mercado sabe o que queremos e precisamos, aquilo que de fato vai nos preencher, desta forma, só nos resta adquirir tais objetos e para quem duvida daquilo que a psicanálise anunciava há anos, pode se basear no neuromarketing que é estudado pelos grandes varejistas. Estudos comprovaram que pessoas felizes e satisfeitas não consumem, então para quem quer vender muito, se trata de garantir uma satisfação efêmera e uma dose adequada de insatisfação para gerar uma nova compra.

          Assim se constrói uma demanda, quer dizer, uma espécie de obrigação em cumprir algo sem critica. O pensamento crítico leva à escolha, e a escolha leva à renúncia. Significa dizer que naqueles momentos em que apesar de você ter dito a si mesma que não iria comprar e acabou comprando, não estava escolhendo, não estava livre, mas presa em um mandato inconsciente que lhe obrigava a adquirir algum dos ícones impostos pelo mercado seja através do carro, da marca da roupa, da viagem ou do livro, tanto faz.

Se você pode, você deve?

          Quando tomamos uma decisão baseados na justificativa que “estamos fazendo porque podemos”, estamos repetindo um comportamento e nosso pensamento crítico está “deitado em uma rede” acreditando que é livre quando simplesmente está obedecendo e adotando uma ação que é esperada de nós.

          E sem alarmes de teoria da conspiração, enquanto consumidores, devemos conhecer qual é nossa função e a serviço de que estamos quando acionamos nosso cartão de crédito. Quando escolhi o título deste artigo foi inspirada na leitura do texto de Maria Rita Kehl, uma das maiores pensadoras brasileiras chamado a Violência do Imaginário, que nos faz pensar quem somos e o que fazemos quando resolvemos tirar nosso pensamento do sedentarismo, dá trabalho, mas quem disse que liberdade é sinônimo de férias?

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